A ORIGEM DA VIDA E DO BIG-BANG

 

A história primordial da Terra é uma narrativa incompleta, mas, apesar da ausência de provas físicas, a maioria dos cientistas acreditam que a vida se originou quando a energia de raios e o calor vulcânico atingiram substâncias inorgânicas na superfície do planeta, combinando-os em aminoácidos, os componentes básicos para a formação da primeira célula autorreplicante.

As proteínas desempenham diversas funções, foram projetadas para criar informações genéticas em uma cadeia de DNA (ARN-Polimerase); de desencadear reações químicas (enzima); controlar a passagem de eletrólitos e nutrientes pela membrana celular (canal da membrana); transportar cargas através de microtúbulos (cinesina). Cada uma das proteínas é composta por centenas de moléculas de aminoácidos – 20 tipos de aminoácidos ao todo.

A construção começa quando os aminoácidos selecionados são organizados em cadeia, na sequência correta a cadeia se dobra formando uma proteína. Mas, se os aminoácidos forem arranjados na ordem errada, a cadeia será quebrada e não se dobrará. A célula mais simples que contém o mecanismo biológico necessário (núcleo celular, retículos endoplasmático, centríolo, mitocôndrias, ribossomos) tem pelo menos 300 tipos diferentes de proteínas que lhe permite crescer, reproduzir, converter energia, processar e proteger informações genéticas. Componentes e funções similares também seriam necessários na primeira célula viva surgida na Terra.

Alguns cientistas especulam uma teoria de que no início havia oceanos primordiais cheios de aminoácidos, e que, em algumas das colisões aleatórias que ocorriam entre as partículas subatômicas, tenham produzidos cadeias longas o suficiente para formarem proteínas. O bioquímico russo Alexander Oparin escreveu em seu livro “The Origin of Life” (1936) a tese da sopa primordial, que teria possibilitado uma progressão gradual até uma célula viva complexa. Para ele, moléculas mais simples teriam sofrido reações químicas e alcançado níveis de organização mais complexas produzindo uma “sopa” repleta de açucares, aminoácidos, ácidos graxos e nucleotídeos. Com tempo suficiente, a combinação certa de matérias-primas, ambiente adequado e um pouco de sorte, as moléculas e mecanismos biológicos necessários para a primeira célula viva puderam ser produzidos. 

Em 1952 a hipótese foi testada em laboratório por Stanley Miller com a colaboração do químico Harold Urey, usando uma mistura de gases metano, hidrogênio, amônia e vapores de água, sob condições especiais de calor, raios ultravioletas e descarga elétrica, simulando a atmosfera primitiva. Não foi usado oxigênio e nitrogênio, tais elementos não existiam na atmosfera da Terra primitiva, pois não havia microrganismos que pudessem produzir fotossíntese (as cianobactérias só viriam a surgir bilhões de anos depois). O resultado da mistura foi a formação de monômeros orgânicos básicos, como os aminoácidos. Tal resultado é um elemento probatório bastante relevante para validação da teoria de Oparin.

Conforme o conhecimento sobre a atmosfera primitiva progrediu e as técnicas de análises químicas avançaram, Miller continuou refinando os detalhes e métodos ao longo de sua carreira profissional. Ele não apenas conseguiu sintetizar mais variedades de aminoácidos, como também produziu uma ampla variedade de compostos inorgânicos e orgânicos essenciais para a construção e metabolismo celular.

A origem da vida na Terra já é bastante estudada e bem explicada, já há teorias bem embasadas que explicam o processo evolutivo do Universo, mas, uma dúvida permanece de forma sólida e retumbante, o que havia antes do big-bang? Que fator ocasionou tal evento? Deu-se início a vários estudos e formulações de teorias para explicar tal período primitivo. O astrônomo Alexander Vilenkin é um dos teóricos mais populares, com sua teoria da inflação eterna. A tese diz que novos universos estão nascendo de forma constante, criando um cenário de multiverso em eterna expansão. 

Usando uma analogia para simplificar a teoria, imaginemos que o espaço antes da formação dos universos, fosse uniforme como a estrutura lisa de um queijo parmesão, com todo o espaço preenchido por uma quantidade imensa de energia pura, que, por sua vez, faz todo o espaço se expandir, empurrando-o em enorme velocidade. Nesse processo de expansão começa haver imensas descargas de energia como se fossem centelhas de eletricidade estática, mas, de proporções cósmicas. Cada vez que essas descargas elétricas ocorrem, a energia é convertida em matéria primordial (quark – que forma os prótons e nêutrons; glúon; elétron e fóton), gerando um novo big-bang, e consequentemente um novo universo. 

E a estrutura lisa do queijo parmesão passa a ficar cheia de buracos (universos), como bolhas de vácuo, semelhante a um queijo suíço. Esses buracos também se expandem, puxado pelo tecido cósmico, como um buraco em um lençol que se expande quando o tecido é puxado. Este conceito revolucionário não é unânime na comunidade científica, porque ainda não é possível detectar tais eventos, mas vale a consideração. 

De onde viria essa energia cósmica que possivelmente dar origem aos multiversos? O que havia antes dela? Os pesquisadores formulam teorias, desenvolvem complexos cálculos matemáticos, fazem inferências, aplicam métodos científicos, desenvolvem tecnologias para a pesquisa, tudo na tentativa de buscar respostas essas e outras perguntas. Muitas são respondidas, outras parecem que permanecerão incognoscíveis, além da nossa capacidade de compreensão e raciocínio, por exemplo, como Deus surgiu e o que havia antes dele? Pode algo sempre existir, sem ter uma origem, um começo?

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