Sociedade igualitária…cada vez mais distante!


Favela VS Condomínio Residencial de Luxo

De acordo com a antropóloga Edna Gobetti Vieira Coelho, a população brasileira está se isolando a cada dia, os movimentos sociais estão perdendo a força reivindicatória de outrora e o sistema capitalista dá sinais de que o caos está prestes a explodir
O cenário social do Brasil é contrastante por parte da divisão da sociedade entre pobres e ricos. O fato é que essa divisão sempre existiu, mas com o passar do tempo ela vem transformando o cenário social do País. O fato do País ter sido colônia de Portugal, a falta de investimento na educação e o capitalismo selvagem fazem com que a sociedade não se una através de movimentos sociais reivindicatórios.
“As desigualdades sociais sempre existiram só que elas nunca estiveram tão gritantes quanto agora,  início do século XXI”, explica a antropóloga e professora Edna Gobetti Vieira Coelho. Para ela essa desigualdade é maior nos países emergente, como é o caso do Brasil.
A causa dessa divisão social tem explicação no sistema que foi implantado e que continua sendo adotado no Brasil. A antropóloga destaca o papel do colonialismo como fator que contribuiu para a não cultura crítica. “Não temos uma educação crítica reflexiva”, conta.
O que não aconteceu com os povos mais desenvolvidos, que segundo Edna, tem conhecimento da realidade e para onde estão caminhando. “Eles têm conhecimento de causa, dos fatos porque não são colônia”, conta. Segundo Edna, em países desenvolvidos o que se vê é o homem como agente da história, pessoas que participam dos acontecimentos.
A resposta para a falta de senso crítico e reivindicatório da população brasileira também está inserida na maneira como a educação é tratada no País. A antropóloga critica o atual função sistema de ensino que não tratam a educação como deveria. “Tem gente que acredita que Cabral descobriu o Brasil e bandeirante é herói, está nos livros didáticos. Não temos uma educação crítica reflexiva”.
Para ela, a escola dentro de uma comunidade tem uma abrangência muito grande porém não consegue causar mobilização entre os moradores. “A escola deveria discutir quais são os problemas, como podemos resolver e tentar aglutinar para que esse isolamento não leve ao caos”.
Outro fator que dificulta a integração social tem a ver com o progresso tecnológico que não foi acompanhado pelo desenvolvimento cultural. “O desenvolvimento do homem como um ser de cultura ficou a desejar. Faltou educação entre tantos outros fatores nesse sentido”.
Este progresso tecnológico facilitou a vida do ser-humano de diversas maneiras e também trouxe comodidade. “Com a tecnologia, o homem se isolou do convívio social. Ele interage de forma virtual”, ressalta.
De acordo com a antropóloga, por todos esses fatores ficou cada vez mais difícil haver mobilizações e movimentos sociais reivindicatórios de igualdade. “O sistema criou essa situação de comportamento que dificulta isso. Muito embora a gente não queira perder a esperança”.
Os políticos também são responsáveis pelo distanciamento das camadas sociais e a dificuldade pela qual a sociedade brasileira passa. “Acho muito difícil essas transformações acontecerem, a não ser que as nossas autoridades políticas acordem para essa realidade de que o dragão que eles criaram vai acabar engolindo a eles”.
Economia caótica
Além da falta de cultura crítica o sistema capitalista no País está confuso e faz com que a sociedade não se mobilize, de acordo com Edna. O consumo também está confuso. “Para ter escoamento na produção o consumidor precisa pagar em 60 vezes”, explica a antropóloga.
Segundo Edna, quem ganha com esses sistema são os bancos que lucram muito. “Estava escrito que depois desse estágio, viria o caos e a história que vai provar”.
Esse lucro exacerbado, conforme Edna, vai contra o espírito do capitalismo de Max Weber que defende o investimento do capital no social, o que comprava a falta de uma melhor estrutura educacional. “Se você tem, você é um predestinado por Deus, então você precisa investir no social”, destaca.
Violência
A partir desse ponto, o cidadão procura outras formas de reivindicação para sua própria sobrevivência. “Se não tem um sistema educacional que dê todo o aparato para isso, ela vai se organizando por si só sem condições alguma e acaba indo pelo que nós vemos hoje. Esse clima de barbárie”, ressalta Edna.
De acordo com Edna, no campo das ciências sociais os bárbaros sempre existiram  mas não tanto como está existindo. “Existe uma explicação antropológica, sociológica e política para isso, mas ninguém entra nesse campo”.
Ainda segundo a antropóloga, o ser-humano é binário (tem o bem e o mal). “Se o lado do bem não der condições favoráveis para que essa comunidade se organize dentro da ordem, ela vai se organizar dentro da ordem dela”, explica.
Mídia
Os veículos de informação também tem papel fundamental para que a sociedade consiga se unir em prol de um País mais igualitário. A antropóloga explica que a mídia não debate o problema, apenas informa o fato. “A mídia fala do sem terra, mas não fala do ruralista por exemplo. Ela não discute a questão da terra, não esclarece a opinião pública”. Para ela a mídia não discute os problemas sociais como deveria.
O caminho para que haja uma mobilização, conforme defende Edna, está na mão das autoridades políticas. “Eles precisam discutir os problemas e encontrar maneiras para que a sociedade sinta capaz de resolver seus próprios problemas. Se o homem não se sente agente da história, como mobiliza-lo?”, ressalta.
Edna ressalta que a política brasileira é fruto de um processo e por isso não pode ser alterada daqui há alguns anos. “Ninguém vai consertar esse país do dia para a noite”, conclui.


As classes Sociais são as divisões estabelecidas na sociedade, segundo critérios de renda, de acesso aos bens de consumo, moradia, educação, saúde, etc.

A Divisão de classes, segundo os CAPITALISTAS, é esta:

A - Classe Alta
Aqueles com enorme influência, riqueza e prestígio. (Ex: grandes empresários e investidores, indivíduos oriundos de famílias tradicionais).

B - Classe Média-Alta
Pessoas que apesar de viverem em alto padrão de vida, com conforto e grande autonomia financeira, ainda calculam seus gastos. ( Ex: diretores de empresas pequeno e médio empresário, membros do poder judiciario, políticos de nível estadual e federal).

C - Classe Média
Indivíduos com salários médio-altos. (Ex: profissionais liberais com ensino superior, microempresário, funcionários públicos).

D - Classe Média-Baixa
Pessoas com salários razoáveis ou medianos, são profissionais de qualificação intermediária, podendo ou não possuir educação superior. (Ex: professores, profissionais autônomos, profissionais técnicos, funcionários chão de fábrica).

E - Classe Baixa
Pessoas que recebem salários mais baixos, podendo ou não se trabalhadores braçais. (Ex: trabalhadores sem qualificação profissional, trabalhadores urbanos sem vínculo empregatício e sem receita certa, como, por exemplo, catador de material reciclável)
.


A divisão de classes, segundo os ANARQUISTAS, é esta:

1 - Classe trabalhadora: 
Os que trabalham duro para viver, mas não tem nenhum controle real sobre isso, sobre seu trabalho ou outras decisões que lhe dizem respeito.
Nesta classe também estão incluídos os desempregados, pensionistas, etc., que tem que sobreviver daquilo que é fornecido pelo Estado. Eles possuem pouca riqueza e pouco poder (oficial). Também fazem parte dela os trabalhadores do setor de serviços, a maioria deles (senão a vasta maioria) é chamada de trabalhadores do “colarinho branco”, enquanto que os trabalhadores da indústria são chamados de trabalhadores de “colarinho azul”.

2 - Classe dominante: 
Os que controlam e decidem sobre investimentos, que comandam a política dos primeiros escalões e que determinam a aplicação do capital. Estes constituem o topo da elite, os proprietários ou os altos administradores das grandes companhias multinacionais e bancos, latifundiários, altos membros dos poderes da República, a aristocracia. Eles têm poder real sobre a economia e o Estado, portanto, controlam a sociedade. Essa elite consiste em cerca de 5 a 10% da população.

Cada regime político elabora as divisões das classes sociais conforme os seus conceitos doutrinários. Não existe certo ou errado, apenas pontos de vista que justifiquem as suas próprias ideologias.

Classificação atual (média 2020):
Classe A: renda mensal superior à 35 salários-mínimos.
Classe B: acima de 15 até 35 salários-mínimos.
Classe C: acima de 4 até 15 salários-mínimos.
Classe D: acima de 1 à 4 salários-mínimos.
Classe E: até 1 salário-mínimo.


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